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Arquitetos: Iñaki Bergera, Iñigo Beguiristain, Javier Larraz; Iñaki Bergera, Iñigo Beguiristain, Javier Larraz
- Área: 1 m²
- Ano: 2012
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Fotografías:Iñaki Bergera
Descrição enviada pela equipe de projeto. Para Louis I. Kahn a primeira escola começou debaixo de uma árvore, quando o homem que não sabia que era um mestre se pos a discutir o que havia aprendido com outros que não sabiam que eram estudantes. Da mesma maneira que aqueles alunos, as crianças menores de 3 anos aprendem de forma intuitiva e inconsciente. Estabelecendo um paralelismo com a história de Kahn, poderíamos nos perguntar sobre o papel que desempenha essa árvore, isto é, a arquitetura, no exercício do ensinamento. Defendemos firmemente o valor pedagógico da arquitetura e, no caso concreto da escola infantil, sua capacidade real para gerar espaços que ajudem de às crianças a desenvolver de maneira sugestiva, atrativa e segura esta etapa de suas vidas. A escola infantil de Berriozar se desenvolve segundo um modelo herdado das escolas municipais italianas de Reggio Emilia, onde as estruturas que recebem as crianças se articulam principalmente em torno a uma "plaza" central que serve como lugar de encontro e interação e como espaço para o desenvolvimento das atividades comuns da escola. Tendo em conta a proporção marcadamente longitudinal do terreno, tivemos que situar a praça/pátio em uma posição central e dispor de pátios em cada um dos extremos. Deste modo, as aulas e suas dependências anexas com a praça central - iluminada e entendida como um espaço externo - como os pátios de jogos, tratados como um prolongamento físico e visual dos espaços internos.
Esta distribuição da planta obrigava a intervir na cobertura para iluminar e ventilar naturalmente todas as estâncias. A potente geometria destas clarabóias, que surgem em função da atividade que se desenvolve na planta, se converte em uma das marcas de identidade do projeto. A construção se organiza a partir de uma modulada estrutura de concreto armado que qualifica e define tanto o espaço interno como a forma como a luz incide nele. Uma rede de cor envolve exteriormente o edifício e os pátios de jogos, criando matizes e enriquecendo a relação entre a rua e os espaços internos. Frente a este desdobramento cromático externo vinculado ao caráter infantil e lúdico do edifício, o interior oferece uma atmosfera serena e neutra graças a homogênea e generosa iluminação central natural. A escala dupla e o jogo são, finalmente, as ferramentas fundamentais empregadas para definir o espaço interno e seu equipamento. A inevitável condição lúdica dos espaços se complementa com seu controle dimensional em relação ao distinto tamanho das crianças e cuidadores e aos diferentes objetivos que se busca: para crianças, instalações adaptadas para as atividades, do tamanho dos grupos e, para os cuidadores, alta permeabilidade e transparência para facilitar o controle visual das crianças.